Exu Tiriri e Maria Padilha: Festa, História e Pontos Cantados

Exu Tiriri e Maria Padilha: Festa, História e Pontos Cantados

Exu Tiriri e Maria Padilha são entidades festejadas juntas e, muitas vezes, evocadas juntas. Abaixo, você irá conferir o trecho de uma festa de Exu Tiriri e Maria Padilha do Cabaré e vai saber mais sobre o Exu Tiriri, suas falanges, histórias e pontos cantados.

Festa de Exu Tiriri e Maria Padilha do Cabaré

Um grandioso mistério de Deus é o Mistério Exu Tiriri, originado no Trono da esquerda da Lei, trabalhando na vibração de Ogum, portanto sua vibração original é a da vitalização da irradiação da Lei e da Ordem.

Exu Tiriri existem muitos, todos com suas divisões de acordo com a sua atuação. No entanto, isso não quer dizer que ele não atue em outros campos, pois assim como existem exus que recebem suas oferendas em encruzilhadas, principalmente as de terras, o mesmo pode também receber em estradas de ferro, podem solicitar suas oferendas em outros lugares, tais como pedreiras, cachoeiras, campo aberto, dependendo da sua necessidade de trabalho, pois alguns exus carregam consigo o mistério sétuplo.

Exu trabalha com a natureza e a natureza está em todo o lugar. O Mistério do Exu Tiriri atua nas sete irradiações divinas, da mesma forma que os Sete Mistérios (Sete Catacumbas, Sete Caveiras, Sete Encruzilhadas, Sete Aços, Sete Trevas, Sete Fogareiro etc.) e, portanto, atua vitalizando a ordem e a retidão nos sete sentidos da vida, abrindo os caminhos daqueles que são merecedores dessa dádiva, podendo realizam curas de todos os males, vindo a combater todas as formas de vingança.

Seu poder é sobre a solidão, esperança, planejamento, meditação e saúde. Os Guardiões Tiriri atuam nas vibrações dos verbos-função “quebrador”, “devolvedor” e “retornador”, assim como são grandes especialistas em demandas e quebra de magias negras.

Tiriri é considerado o “Senhor da vidência” ou aquele que vê mais além.

Exu Tiriri da Calunga

O Guardião Tiriri da Calunga é de grande força, atua em despachar trabalhos nas encruzilhadas, matas, rios, cemitérios etc.

Sobre suas características físicas, apresenta-se com grandes traços orientais, anda de preto, com um gato preto ou um gato sianês, possui cabelos lisos como de japonês preso como rabo de cavalo, possui uma capa preta e vermelha, usa bengala ou um bastão na sua mão.

Ele vem na Linha de Oxalá (Conforme alguns estudiosos).

Exu Tiriri das 7 Encruzilhadas

Alguns estudioso afirmam que Exu Tiriri das 7 Encruzilhadas, em uma de suas “lendas”, viveu na Irlanda, no século XVI, como mero camponês.

Era moço formoso e humilde, mas cometeu o grave pecado de se apaixonar por uma bela jovem, filha do senhor feudal do condado.

Seu amor impossível foi causa de sua desgraça, levando-o a masmorra por vários anos, onde convivia com a fome, tortura e todo o tipo de degradação humana.

Sua convivência com a dor, a peste, a cólera, a lepra, a tuberculose e outros males o fez, ao mesmo tempo, caridoso e revoltado, por tanta dor e sofrimento.

Hoje, é um exu que vem na Linha da Magia Branca trabalhar para as curas de todos os males e combater todas as formas de vingança.

A História de Exu Tiriri

Aconteceu em Portugal, final do século dezenove. Passam das 23 horas quando Bartolomeu Custódio bate à porta de seu primo e é atendido pelo rapaz que, visivelmente, foi acordado pelas insistentes batidas.

– Primo, preciso urgente de ti!

Fernando manda-o entrar deixando claro estar contrariado com a visita repentina em tão tardio horário.

– Nem me fale Bartolomeu! São réis o que deseja. Não é?

O homem baixa a cabeça e responde num fio de voz:

– Perdi mais de mil no carteado do Barão, senão pagar, ele ameaçou acabar com minha família.

– Mil? Estás louco? Não faz um mês que paguei sua divida de quinhentos e já vens aqui pedir-me mais de mil? Onde vais parar, ou melhor, aonde vou eu parar com tantos réis que se vão ladeira abaixo? Achas que por ter tido sorte na vida tenho que carregá-lo nas costas? A ti, tua família, teu maldito vicio?

Bartolomeu ouve tudo sem levantar os olhos.

– Primo, só tenho a ti para recorrer. O que será de minha mulher e meus filhos? Juro-te que nunca mais jogarei um só conto em nada!

O rapaz está descontrolado e replica aos gritos:

– Já ouvi essa ladainha muitas vezes e não vou mais cair nessa conversa. Vá ao Barão e diga que não tem, não conseguiu, e ele que espere. Ainda ontem a pobre de tua mulher veio até aqui pedir-me comida. Crês nisso? Tive que dar comida a tua família. Enquanto tu espezinha-me com dívidas de jogatina. Olhe para ti! Estás em estado lamentável, além de cheirar a vinho à distância. Saia já de minha casa.

Dirige-se para a porta e a abre com violência. Bartolomeu levanta-se lentamente, de seus olhos caem lágrimas, é duro ter que ouvir tudo que está ouvindo, apesar de ser a mais pura verdade.

Faz ainda uma última tentativa.

– Primo, pelos teus filhos, ajuda-me!

Fernando continua parado à porta apontando a rua.

– Fora daqui, vagabundo! Nunca mais me apareça, porco imundo!

Sem mais nada a dizer, o homem retira-se lentamente ouvindo o baque violento da porta atrás de si. Caminha tropegamente enquanto as lágrimas embaçam sua visão.

Sabe que fez tudo errado. Sempre! Foi mulherengo, bêbado, viciado em jogos. Tem a exata noção do péssimo pai e marido que é.

Seu primo tem toda a razão em humilhá-lo. Sem perceber, depois de muito caminhar, está sobre uma ponte.

Talvez seja essa a única saída. Faz uma pequena prece e atira-se nas águas profundas do rio. O espírito de Bartolomeu Custódio durante anos perambulou por sendas escuras e tortuosas.

Passado um longo tempo e depois de rever erros e acertos de vidas anteriores, foi amparado por mentores que o encaminharam para a labuta do resgate cármico.

Hoje, trabalhador de nossos terreiros, é conhecido como o grande Exu Tiriri, elegante, educado e sempre com um profundo respeito para com seus consulentes.

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É representado pela imagem de um homem sério, que veste preto e vermelho, usa capa preta, bengala e chapéu.

Já Maria Padilha é representada pela imagem de uma mulher bonita, também elegante, que usa vestido preto e carrega consigo a imagem do cruzeiro.

O que é Exu?

Exú é o 1º nascido da existência e, como tal, o símbolo do elemento procriado. Mensageiro dos orixás, elemento de ligação entre as divindades e os homens, a um tempo mais próximo do mundo terreno e mais perto do elevadíssimo espaço celeste por onde transita Òrúnmìlà, é um orixá, é sempre a primeira divindade a receber as oferendas, justamente para que atue como um aliado e não como um rival que perturbe os procedimentos místicos desenvolvidos durante os rituais.

Coerente com seu lugar mítico privilegiado, é ele que abre esse “corpus mitopoético”. Princípio dinâmico e princípio da existência individualizada, Exu não pode ser isolado ou classificado em nenhuma das categorias.

Ele é como o axé (que ele representa e transporta), participa forçosamente de tudo. Segundo Ifá, cada um tem seu próprio exu e seu próprio Olorún em seu corpo.

O nome de exu é conhecido, invocado e cultuado junto ao orixá. E é Ifá quem revela e permite-nos sabê-lo.

Ponto Cantado de Exu Tiriri e Maria Padilha

Ponto Cantado Festa do Exu Tiriri

Letra do Ponto Cantado:

É meia noite em ponto e o galo cantou
É meia noite em ponto e o galo cantou
Cantou pra anunciar que Tiriri chegou
Cantou pra anunciar que Tiriri chegou

Ele vem da calunga
De capa e cartola
E tridente na mão

Esse Exú de fé
É quem nos trás o axé
E nos dá proteção

Ele é Exú Odara
E vem nos ajudar
Com seu punhal ele fura
Ele corta demanda, ele salva, ele cura, exú é mojubá

Laroyê Exú
Exú a mojuba
Eu perguntei a ele o que é Exú
Ele veio me falar
Laroyê Exú
Exú a mojuba
Traz sua falange
Exú Tiriri para trabalhar

Exú é caminho, é energia, é vida, é determinação
É cumpridor da lei, Exú é esperto, Exú é guardião
Exú é trabalho, é alegria veloz, Exú é viver
É a magia, é o encanto
É o fogo no sangue, na veia vibrando, Exú é lazer

Laroyê Exú
Exú a mojuba
Traz sua falange
Exú Tiriri para trabalhar
Laroyê Exú
Exú a mojuba
Traz sua falange
Exú Tiriri para trabalhar

Vem seu tranca-ruas, Maria Padilha e Exú Marabô
Sete encruzilhadas, seu Zé Pilintra aqui chegou
Maria Mulambo, Maria Farrapo e Dona Figueira
Dona Sete Saias, Pombo-gira Menina e Rosa Vermelha
Sete catacumbas, Exú caveira firma o ponto aqui
E o Exú Capa Preta anunciou a festa do Exú Tiriri

É meia noite em ponto e o galo cantou
É meia noite em ponto e o galo cantou
Cantou pra anunciar que Tiriri chegou
Cantou pra anunciar que Tiriri chegou

Ponto Cantado A Festa do Exu Tiriri

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Livros de Maria Padilha:

Élida Alexandre

Cartomante, taróloga, terapeuta holística e empreendedora de livros de auto ajuda espiritual, religião e esoterismo.

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